Sob a perspetiva de uma contínua fraqueza do dólar, o ouro e a prata têm vindo a valorizar-se. Recentemente, a prata disparou mais de 1,6 dólares num único dia, ultrapassando a barreira dos 66 dólares e atingindo um máximo histórico; o ouro também se manteve firme acima dos 4300 dólares.

O que é que este contraste significa? Alguns analistas apontam que isto pode sugerir que os fundos estão a retirar-se silenciosamente dos ativos de risco, voltando-se para instrumentos tradicionais de refúgio. Em outras palavras, uma rotação de ativos está a ocorrer — e o Bitcoin provavelmente será um dos primeiros a ser afetados nesta fase de ajustamento.

Por que dizemos isto? A razão é simples. Aquelas pessoas que antes viam o Bitcoin como "ouro digital", uma proteção contra a desvalorização do dólar, enfrentam agora uma situação embaraçosa: os ativos de refúgio reais (ouro, prata) estão a desempenhar o seu papel, tornando a narrativa de proteção do Bitcoin um pouco fraca. Quando o apetite pelo risco no mercado realmente diminui, o Bitcoin costuma também sofrer pressão, podendo até experimentar correções acentuadas.

Os especialistas do mercado avaliam que a situação atual reflete preocupações com a inflação, o abrandamento económico e até o aumento da taxa de desemprego. Neste contexto macroeconómico, o desempenho do Bitcoin pode não ser tão robusto quanto se esperava. Algumas instituições preveem que o preço do Bitcoin poderá testar os 70.000 dólares ainda este ano, enquanto os metais preciosos continuam a potencialmente atingir novos máximos.

Perspetivas cautelosas semelhantes não são exceção. Várias instituições de investigação indicam que, se a procura no mercado continuar a enfraquecer, o Bitcoin ainda poderá descer mais. Isto serve de aviso aos investidores de que, num ambiente de crescente incerteza, é necessário ter uma perceção mais clara dos riscos.