Por que a depreciação é importante para a contabilidade do seu negócio

Na verdade, há muitos grupos de contabilistas e proprietários de negócios que ainda não compreendem completamente a diferença entre depreciação e amortização, ou como estes conceitos afetam o lucro líquido. Se não gerires corretamente estas questões, isso pode impactar a avaliação do valor do teu negócio. Vamos então analisar os detalhes.

O que é a depreciação e como ela afeta o negócio

Se dividirmos a depreciação em duas partes principais, temos:

Primeira parte: o valor do ativo que possuis vai diminuir ao longo do tempo com o uso. Por exemplo, um carro comprado por 100.000 euros, após quatro anos, dificilmente será vendido pelo mesmo preço de compra.

Segunda parte: o custo inicial que pagaste pelo ativo será repartido ao longo dos anos, de acordo com o período estimado de uso. O benefício desta abordagem é que o teu balanço reflete o custo real de cada ano.

A depreciação é calculada com base na vida útil estimada do ativo, como um portátil, que geralmente tem cerca de 5 anos, ou um carro, que pode durar 10 anos. Existem vários tipos de ativos depreciáveis, como equipamentos, mobiliário, máquinas e até patentes.

Por que a depreciação e o cálculo do EBIT estão relacionados

Quando os contabilistas elaboram o orçamento anual, a depreciação é deduzida como custo fixo (a menos que utilizem um método onde a depreciação varie a cada ano), e ela está incluída no cálculo do EBIT.

Por que isto é importante? Porque ao comparar duas empresas — uma com muitas máquinas e outra de serviços — a depreciação reduz o lucro da primeira, afetando o EBIT, mesmo que ambas tenham lucros semelhantes.

Por isso, o EBITDA (que é o lucro antes de depreciações, amortizações, juros e impostos) é uma métrica popular entre analistas. Veja as diferenças:

  • EBIT: Lucro após depreciações e amortizações, mas antes de juros e impostos.
  • EBITDA: Lucro antes de depreciações, amortizações, juros e impostos.

Quais ativos podem ser depreciados e quais não podem

A Autoridade Tributária tem critérios claros sobre quais ativos podem ser depreciados:

Ativos depreciáveis:

  • São de tua propriedade
  • Utilizados na atividade empresarial ou para gerar rendimentos
  • Têm uma vida útil mensurável
  • Esperados a durar mais de 1 ano

Exemplos: carros, edifícios, equipamentos de escritório, computadores, máquinas, patentes, direitos de autor, software.

Ativos que não podem ser depreciados:

  • Terrenos (não depreciam)
  • Colecionáveis (arte, moedas, recordações)
  • Investimentos (ações, obrigações)
  • Bens pessoais
  • Ativos com duração inferior a 1 ano

Métodos comuns de cálculo de depreciação

Na prática empresarial, existem quatro métodos principais de cálculo de depreciação:

1. Método linear (Straight-line) — o mais simples

Este método é o mais utilizado, dividindo o custo do ativo em partes iguais ao longo dos anos.

Exemplo: comprar um carro por 100.000 euros, com vida útil de 5 anos → depreciação de 20.000 euros/ano.

Vantagens: simples, fácil de calcular, proprietário paga o mesmo valor todos os anos.

Desvantagens: não considera a perda de valor mais rápida nos primeiros anos ou custos de manutenção que aumentam com o envelhecimento do ativo.

2. Método de depreciação acelerada (Double-declining balance)

Este método deprecia mais no primeiro ano, diminuindo posteriormente.

Vantagens: permite recuperar o custo mais rapidamente, reduzindo impostos nos primeiros anos.

Desvantagens: mais complexo, menos adequado para empresas que ainda estão a operar com prejuízo.

3. Método de saldo decrescente (Declining balance)

Semelhante ao método acelerado, mas com uma taxa de depreciação menor, depreciando bastante no início e menos nos anos seguintes.

4. Método das unidades de produção (Units of production)

Calcula a depreciação com base na quantidade de uso do ativo, como horas, ciclos ou unidades produzidas.

Ideal para equipamentos com produção clara, como máquinas industriais.

Vantagens: reflete a depreciação real, cálculo preciso.

Desvantagens: requer monitorização constante do uso, mais trabalhoso.

O que é a amortização

Se a depreciação aplica-se a ativos tangíveis, a amortização refere-se a ativos intangíveis.

Existem duas formas principais de amortização:

( Amortização de empréstimos

Ao contrair um empréstimo, cada pagamento é dividido em duas partes:

  • Primeira: pagamento de juros
  • Segunda: redução do principal

Exemplo: empréstimo de 10.000 euros, pagamento de 2.000 euros/ano → amortização de 2.000 euros/ano )inclui juros e principal###

Nos primeiros anos, a maior parte do pagamento vai para juros, enquanto que, com o tempo, a parte que reduz o principal aumenta.

( Amortização de ativos intangíveis

Como direitos de autor, patentes, marcas registadas.

Exemplo: patente de 10.000 euros, com duração de 10 anos → amortização de 1.000 euros/ano.

Diferença entre depreciação e amortização

Ambas representam a redução do valor de um ativo ao longo do tempo, mas diferem em alguns aspetos:

Características Depreciação Amortização
Aplicável a Ativos tangíveis )máquinas, edifícios### Ativos intangíveis (patentes, direitos autorais) e empréstimos
Método de cálculo Linear, acelerado, unidades de produção Principalmente linear
Valor residual Considera valor de salvamento (salvage value) Não considera valor residual
Uso comum Geralmente em todos os negócios Frequentemente na aquisição de outros negócios

Por que é importante compreender estes conceitos

Depreciação e amortização não são apenas números nos livros, têm impacto em:

  • Lucro reportado: quanto maior a depreciação, menor o lucro.
  • Impostos a pagar: maior depreciação, maior dedução fiscal.
  • Valor do negócio: investidores avaliam estes números para entender a saúde da empresa.
  • Decisões de financiamento: bancos analisam estes valores para conceder ou não crédito.

Gerir corretamente a depreciação ajuda a que as contas reflitam de forma mais fiel a realidade do teu negócio.

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