Recentemente, uma palavra que tem circulado na internet e que toca fundo é — "linha de corte". Refere-se à linha de defesa financeira tão frágil da classe média americana. Uma despesa médica inesperada, uma avaria no carro, já são suficientes para fazer uma família aparentemente decente ficar sem teto.

A realidade por trás é ainda mais cruel. Dados estatísticos mostram que entre 20% e 40% da população dos EUA encontra-se nessa situação de margem: tem emprego, tem ativos, mas vive no limite do orçamento. E o nível de dívida do governo e das famílias já atingiu números alarmantes — a dívida federal ultrapassa os 37 trilhões de dólares, e a dívida das famílias chega a 17,7 trilhões de dólares.

Qual é a raiz do problema? O crescimento da dívida do governo dos EUA já saiu do controle. Desde meados de 2023, a dívida aumenta em média cerca de 1 trilhão de dólares a cada 100 dias. Agora, só para pagar os juros da dívida, o governo americano gasta quase 1 trilhão de dólares por ano, tornando-se a maior despesa única.

Ainda mais preocupante é que esse crescimento está acelerando. Desde o início da pandemia, em poucos anos, a dívida dos EUA aumentou em 7 trilhões de dólares, estabelecendo um recorde de crescimento mais rápido da história. A proporção da dívida em relação ao PIB continua a subir, e esse ciclo vicioso, uma vez iniciado, é difícil de parar.

Nesse contexto macroeconômico, as expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve continuam a subir. Mas será que o corte de juros realmente pode mudar a situação? Ou apenas agravará ainda mais a bolha de ativos? Essa é uma questão que merece reflexão de todos os participantes do mercado.