O Criador do Bitcoin que desapareceu: o que sabemos sobre Satoshi Nakamoto à medida que 2025 se desenrola

Quando Satoshi Nakamoto publicou um whitepaper de 9 páginas a 31 de outubro de 2008, poucos poderiam imaginar que um programador pseudónimo iria transformar fundamentalmente as finanças globais. Dezasseis anos depois, com o Bitcoin a negociar em torno de $88.84K e a transformar profundamente a forma como a sociedade pensa sobre valor digital, a questão de quem realmente criou esta tecnologia que mudou o mundo permanece sem resposta. O homem, mulher ou grupo por trás do pseudónimo tornou-se no maior enigma das criptomoedas—especialmente agora que analistas de blockchain estimam que controlam entre 750.000 e 1.100.000 BTC, uma fortuna avaliada em aproximadamente $63.8 a $93.5 mil milhões à cotação atual.

O Aniversário Codificado: Decifrando 5 de abril de 1975

De acordo com registos no perfil da P2P Foundation, Satoshi Nakamoto indicou a sua data de nascimento como 5 de abril de 1975. No entanto, investigadores de criptomoedas há muito suspeitam que esta não seja uma data de nascimento genuína, mas sim uma referência simbólica cuidadosamente selecionada, embutida com filosofia libertária.

O ano de 1975 marca um momento crucial na história monetária—quando o governo dos EUA levantou as restrições à posse privada de ouro, permitindo finalmente aos americanos possuírem ouro em lingotes novamente. Esta reversão remeteu ao Executive Order 6102, assinado exatamente 42 anos antes, a 5 de abril de 1933, que criminalizou a posse de ouro para os cidadãos americanos.

Esta escolha deliberada de datas revela a visão ideológica de Nakamoto: o Bitcoin como uma alternativa digital ao ouro, uma reserva de valor que transcende o controlo governamental e opera além dos sistemas financeiros tradicionais. O criador pseudónimo não estava simplesmente a construir software—estava a fazer uma declaração filosófica sobre liberdade monetária.

A análise dos padrões de comunicação de Nakamoto sugere que a data de nascimento pública pode ser enganadora quanto à sua idade real. A sua escrita continha marcas distintivas de alguém que aprendeu computação numa era anterior: espaços duplos consistentes após pontos, padrão de máquina de escrever de antes dos anos 1990(, uso de notação húngara no código), padrão da norma Microsoft do final dos anos 1980(, e práticas de codificação comuns em ambientes de desenvolvimento de meados dos anos 1990. O early Bitcoin developer Mike Hearn observou que Nakamoto referenciou a tentativa dos irmãos Hunt de monopolizar o mercado de prata em 1980 “como se o recordasse pessoalmente”, sugerindo alguém provavelmente na sua 60s atualmente, e não na sua suposta faixa dos 50.

Do Whitepaper ao Gênesis: O Primeiro Ano Revolucionário

O whitepaper do Bitcoin introduziu três conceitos revolucionários que mudaram para sempre a criptografia e as finanças. Primeiro, resolveu o problema do duplo gasto—um obstáculo técnico que tinha impedido moedas digitais anteriores de ganhar tração. Ao implementar um mecanismo de consenso proof-of-work distribuído por milhares de nós, Nakamoto criou um sistema onde a mesma unidade digital não podia ser gasta duas vezes sem acordo da rede.

Segundo, delineou a blockchain: um livro-razão imutável, ordenado cronologicamente, onde cada transação é registada de forma permanente numa rede descentralizada. Esta inovação arquitetónica eliminou a necessidade de uma autoridade central de confiança, desafiando fundamentalmente séculos de convenções bancárias.

Terceiro, e talvez mais filosoficamente significativo, Nakamoto demonstrou que um sistema podia funcionar sem qualquer instituição ou indivíduo a exercer poder centralizado.

A 3 de janeiro de 2009, Nakamoto minerou o primeiro bloco do Bitcoin—o bloco Gênesis. Embutida no seu código estava uma mensagem: “The Times 03/Jan/2009 Chancellor on brink of second bailout for banks.” Isto não era texto aleatório. Era uma prova de carimbo de data/hora da data de criação do Bitcoin e, mais profundamente, uma declaração sobre por que o Bitcoin importava. As instituições financeiras estavam em crise, a precisar de resgates governamentais, enquanto Nakamoto oferecia uma alternativa: um sistema monetário que não requer confiança em bancos, governos ou corporações.

De janeiro de 2009 a 2010, Nakamoto permaneceu ativamente envolvido no desenvolvimento do Bitcoin, escrevendo mais de 500 posts em fóruns e milhares de linhas de código. Minerou extensivamente durante este período, adquirindo as enormes posições de BTC que permanecem não gastas até hoje. A sua última mensagem documentada foi em abril de 2011—um email ao desenvolvedor Gavin Andresen a solicitar: “Gostaria que não continuasse a falar de mim como uma figura misteriosa e sombria, a imprensa só transforma isso numa narrativa de moeda pirata.” Pouco depois, transferiu o controlo do repositório principal do Bitcoin para Andresen e desapareceu completamente da comunicação pública.

A Fortuna Não Gasta: Um Mistério de Mil Milhões de Dólares

O aspeto mais enigmático do desaparecimento de Satoshi Nakamoto não é a sua retirada da vida pública—é o que não fizeram com a sua riqueza.

O analista de blockchain Sergio Demian Lerner identificou um padrão nos primeiros blocos do Bitcoin)chamado “padrão Patoshi”( que permitiu aos investigadores determinar quais blocos provavelmente foram minerados por Nakamoto. Esta análise revelou que controlavam aproximadamente 750.000 a 1.100.000 BTC adquiridos durante o primeiro ano de operação do Bitcoin. Com valores de mercado atuais em torno de $88.84K por BTC, esta carteira colocaria Nakamoto entre as 20 pessoas mais ricas do mundo.

No entanto, nenhum único bitcoin foi movido.

Durante mais de catorze anos, estas carteiras permaneceram completamente inativas. As chaves privadas não foram acessadas. Nenhuma transação tocou nestes endereços. Nem quando o Bitcoin atingiu $19.000 em 2017. Nem quando ultrapassou $100.000 em 2024. Nem mesmo quando a atenção mediática e o fascínio cultural em torno do Bitcoin aumentaram exponencialmente.

Esta imobilidade gera teorias concorrentes. Alguns investigadores acreditam que Nakamoto perdeu o acesso às chaves privadas—uma perda trágica de uma fortuna astronómica. Outros sugerem que morreu e as chaves morreram com ele. Um terceiro grupo teoriza que Nakamoto deliberadamente evitou vender, considerando o seu Bitcoin acumulado mais como um repositório filosófico do que uma riqueza pessoal a liquidar.

Há também o argumento de segurança: se Nakamoto movesse estas moedas, provavelmente teria de usar exchanges de criptomoedas para convertê-las em moeda fiduciária. Qualquer transação assim acionaria procedimentos KYC)Know Your Customer( e investigações de blockchain—potencialmente expondo a sua identidade através de registos financeiros. A decisão de deixar o BTC imóvel protege tanto o seu anonimato como a sua segurança física. Com uma fortuna avaliada em biliões, revelar a sua identidade poderia convidar extorsão, sequestro ou até tentativas de assassinato.

A Caça ao Criador: Os Principais Candidatos à Identidade

Apesar de investigações intensivas por jornalistas, tecnólogos e investigadores amadores, a verdadeira identidade de Satoshi Nakamoto permanece não confirmada. No entanto, vários candidatos credíveis emergiram:

Hal Finney )1956-2014(, um reconhecido criptógrafo e cypherpunk, tinha qualificação técnica para criar o Bitcoin e recebeu a primeira transação de Nakamoto. Vivia perto de outro suspeito, )Dorian Nakamoto(, na Califórnia, e demonstrou semelhanças no estilo de escrita com os posts de Nakamoto em fóruns. No entanto, Finney negou consistentemente envolvimento até à sua morte por ALS em 2014. O momento do seu falecimento alimentou especulações, mas sem provas conclusivas.

Nick Szabo, um cientista da computação, concebeu o “bit gold” em 1998—um conceito precursor do Bitcoin que combina escassez digital com prova criptográfica. Análises linguísticas encontraram paralelos marcantes entre os escritos publicados por Szabo e os posts de Nakamoto. A sua experiência abrange criptografia, teoria monetária e teoria dos jogos—exatamente os domínios de conhecimento necessários para arquitetar o Bitcoin. Apesar da persistente especulação, Szabo afirmou publicamente: “Receio que tenham errado ao doxear-me como Satoshi, mas estou habituado.”

Adam Back criou o Hashcash, um algoritmo proof-of-work especificamente citado no whitepaper do Bitcoin. Back foi uma das primeiras pessoas consultadas por Nakamoto durante o desenvolvimento do Bitcoin. A sua expertise em criptografia e envolvimento em projetos de dinheiro digital inicial tornam-no plausível tecnicamente. Alguns analistas apontam para semelhanças no estilo de codificação e uso de inglês britânico como evidência de suporte. Back não confirmou nem negou credivelmente as suspeitas.

Dorian Nakamoto, nascido com o verdadeiro sobrenome Nakamoto, foi incorretamente identificado como criador do Bitcoin num controverso artigo da Newsweek em 2014. Quando confrontado, a sua resposta ambígua—“Já não estou envolvido nisso e não posso discutir”—parecia inicialmente uma admissão. No entanto, Dorian esclareceu posteriormente que tinha interpretado mal a questão, acreditando que se tratava de trabalho militar classificado. A conta inativa do Satoshi Nakamoto na P2P Foundation posteriormente publicou: “Eu não sou Dorian Nakamoto,” dissociando-se definitivamente desta pessoa.

Craig Wright tem sido o mais vocal dos alegados criadores, chegando a registar direitos de autor nos EUA para o whitepaper do Bitcoin. No entanto, as suas alegações foram sistematicamente desacreditadas pela comunidade criptográfica e pelo sistema judicial. Em março de 2024, o juiz do Tribunal Superior do Reino Unido, James Mellor, emitiu uma decisão inequívoca: “O Dr. Wright não é o autor do whitepaper do Bitcoin” e “não é a pessoa que adotou ou operou sob o pseudónimo Satoshi Nakamoto.” O tribunal concluiu que a documentação de suporte de Wright consistia em materiais falsificados.

Peter Todd, um desenvolvedor de Bitcoin de longa data, surgiu como candidato no documentário da HBO de 2024 “Money Electric: The Bitcoin Mystery”, baseado em mensagens de chat e marcadores linguísticos que sugerem inglês canadense. Todd rejeitou a teoria como “ridícula” e “agarrar-se a um palheiro.”

Outros nomes discutidos incluem Len Sassaman, um criptógrafo cujo memorial foi embutido na blockchain após a sua morte em 2011, e Paul Le Roux, um programador envolvido em atividades criminosas antes da sua prisão.

Alguns investigadores teorizam que Satoshi Nakamoto não foi uma única pessoa, mas sim um esforço colaborativo envolvendo várias figuras, potencialmente incluindo alguns dos candidatos acima.

Porque a Anonimidade Foi a Jogada de Génio

O mistério em torno da identidade de Satoshi Nakamoto não é apenas um enigma não resolvido—é fundamental para o sucesso do Bitcoin como um sistema verdadeiramente descentralizado.

Se Nakamoto tivesse permanecido publicamente identificado, o Bitcoin enfrentaria vulnerabilidades concentradas. Governos poderiam ameaçar ou processar a pessoa. Interesses financeiros concorrentes poderiam tentar subornar ou coagir. As suas declarações públicas teriam peso desproporcional, potencialmente desencadeando volatilidade de mercado ou forks controversos na rede. A mídia concentrar-se-ia nas suas decisões pessoais e declarações, em vez da tecnologia e economia subjacentes do Bitcoin.

A ausência de Nakamoto eliminou estes pontos únicos de falha. Ao afastar-se, permitiu que o Bitcoin evoluísse como um projeto conduzido pela comunidade, sem uma autoridade excessiva concentrada numa única pessoa. Isto alinha-se perfeitamente com a filosofia cypherpunk—a ideologia de que tecnologias de privacidade e sistemas descentralizados devem operar independentemente de personalidades humanas.

A anonimidade também protege Nakamoto fisicamente. Quem controla biliões em valor enfrenta perigo real: extorsão, sequestro ou tentativas de assassinato. Permanecer desconhecido oferece segurança pessoal enquanto a sua criação prospera de forma independente.

Mais profundamente, a anonimidade de Nakamoto reforça a filosofia central do Bitcoin: confiança na matemática e no código, e não em instituições ou indivíduos. Num sistema projetado explicitamente para eliminar a dependência de terceiros confiáveis, ter um criador anónimo exemplifica perfeitamente o princípio de que os participantes não precisam de confiar em ninguém—nem mesmo no inventor do Bitcoin.

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