Novo panorama no mercado de câmbio: diferenças marcantes nas posições políticas
Entrando na segunda metade de dezembro, o mercado cambial global apresenta uma clara diferenciação nas políticas dos bancos centrais. O índice do dólar subiu 0,33% na semana, mas o desempenho das moedas não americanas variou significativamente — o euro caiu 0,23%, o iene caiu 1,28%, o dólar australiano caiu 0,65%, e a libra esterlina subiu ligeiramente 0,03%. Essas oscilações refletem atitudes diametralmente opostas de três grandes bancos centrais em relação à política monetária.
Banco Central Europeu mantém postura, expectativa de valorização do euro surge
O BCE manteve a política de juros inalterada conforme o esperado, e as declarações da presidente Lagarde não foram tão hawkish quanto o mercado previa. Ao mesmo tempo, os dados econômicos dos EUA apresentaram resultados mistos — o mercado de trabalho de novembro mostrou pontos positivos, mas o índice de preços ao consumidor (CPI) ficou abaixo do esperado. Grandes bancos de investimento como Morgan Stanley e Barclays apontaram que esses dados apresentam desvios técnicos evidentes, dificultando uma leitura precisa das tendências econômicas.
Atualmente, o mercado espera que o Federal Reserve realize duas reduções de juros até 2026, com uma probabilidade de 66,5% de uma redução em abril. Em contraste, o BCE mantém uma postura hawkish, criando uma dissonância de políticas que favorece a valorização do euro. O banco Danske Bank destaca que, após ajuste pela inflação, a diferença de juros reais entre EUA e Europa se reduzirá, apoiando a força do euro frente ao dólar. Além disso, a recuperação de ativos europeus, a necessidade de hedge contra a depreciação do dólar e a queda de confiança nas instituições financeiras americanas podem impulsionar ainda mais o euro.
Do ponto de vista técnico, o EUR/USD está acima de várias médias móveis, com potencial de rompimento de curto prazo, sendo a resistência importante na região de 1,18, que corresponde ao topo anterior. Em caso de correção, a média móvel de 100 dias em torno de 1,165 oferecerá suporte.
Dilema do iene: “Aumento moderado de juros” não impede a depreciação
O Banco do Japão aumentou os juros em 25 pontos-base conforme o esperado, mas as declarações dovish do governador Ueda causaram decepção no mercado. Ainda mais preocupante, o novo gabinete aprovou um pacote de estímulo fiscal de 18,3 trilhões de ienes, que neutraliza o efeito de aperto monetário do aumento de juros, levando o USD/JPY a subir 1,28% na semana, aproximando-se do nível de 158.
As expectativas do mercado para as próximas políticas do BOJ são pessimistas; o Sumitomo Mitsui Bank estima que o próximo aumento de juros só ocorrerá em outubro de 2026, prevendo que o iene continuará depreciando até 162 no curto prazo. No entanto, o JPMorgan alerta que, se o iene depreciar além de 160, isso acionará condições para intervenção do governo japonês, aumentando significativamente a probabilidade de medidas de intervenção para estabilizar o mercado.
Por outro lado, Nomura mantém uma postura otimista, acreditando que, com o Fed cortando juros, o dólar tenderá a enfraquecer a longo prazo, e o iene não continuará depreciando de forma unilateral, prevendo que a taxa de câmbio no primeiro trimestre de 2026 atingirá 155.
No aspecto técnico, o USD/JPY rompeu a média móvel de 21 dias, com o MACD indicando sinal de compra. Se romper a resistência de 158, o espaço para alta se abrirá; caso contrário, com resistência abaixo de 158, o suporte fica próximo de 154.
Panorama global das taxas de câmbio: euro yuan move-se contra a tendência
Vale destacar que, apesar do leve aumento do índice do dólar, a taxa de câmbio euro/yuan apresenta um movimento distinto, refletindo a relativa estabilidade dos fundamentos econômicos da Europa e da China. Diferentemente do dilema de depreciação unilateral do iene, a trajetória do euro/yuan é mais influenciada pela coordenação de políticas e pelas expectativas de crescimento dessas duas grandes economias.
Destaques da semana
Os dados do PIB do terceiro trimestre dos EUA e a situação geopolítica serão o foco desta semana. Um PIB superior às expectativas impulsionará o dólar e pressionará o EUR/USD; ao contrário, será favorável ao euro. No Japão, as declarações de Ueda e sinais de intervenção verbal das autoridades também serão cruciais, pois qualquer postura hawkish ou aumento na intervenção poderá pressionar o USD/JPY para baixo.
A diferenciação nas políticas dos bancos centrais globais já é uma realidade, e os investidores devem acompanhar de perto cada dado econômico e declaração de política para aproveitar as oportunidades neste mercado cambial em constante mudança.
Ver original
Esta página pode conter conteúdo de terceiros, que é fornecido apenas para fins informativos (não para representações/garantias) e não deve ser considerada como um endosso de suas opiniões pela Gate nem como aconselhamento financeiro ou profissional. Consulte a Isenção de responsabilidade para obter detalhes.
A polarização das políticas do banco central intensifica-se! O jogo de poder monetário entre os triângulos EUA, Japão e Europa aquece
Novo panorama no mercado de câmbio: diferenças marcantes nas posições políticas
Entrando na segunda metade de dezembro, o mercado cambial global apresenta uma clara diferenciação nas políticas dos bancos centrais. O índice do dólar subiu 0,33% na semana, mas o desempenho das moedas não americanas variou significativamente — o euro caiu 0,23%, o iene caiu 1,28%, o dólar australiano caiu 0,65%, e a libra esterlina subiu ligeiramente 0,03%. Essas oscilações refletem atitudes diametralmente opostas de três grandes bancos centrais em relação à política monetária.
Banco Central Europeu mantém postura, expectativa de valorização do euro surge
O BCE manteve a política de juros inalterada conforme o esperado, e as declarações da presidente Lagarde não foram tão hawkish quanto o mercado previa. Ao mesmo tempo, os dados econômicos dos EUA apresentaram resultados mistos — o mercado de trabalho de novembro mostrou pontos positivos, mas o índice de preços ao consumidor (CPI) ficou abaixo do esperado. Grandes bancos de investimento como Morgan Stanley e Barclays apontaram que esses dados apresentam desvios técnicos evidentes, dificultando uma leitura precisa das tendências econômicas.
Atualmente, o mercado espera que o Federal Reserve realize duas reduções de juros até 2026, com uma probabilidade de 66,5% de uma redução em abril. Em contraste, o BCE mantém uma postura hawkish, criando uma dissonância de políticas que favorece a valorização do euro. O banco Danske Bank destaca que, após ajuste pela inflação, a diferença de juros reais entre EUA e Europa se reduzirá, apoiando a força do euro frente ao dólar. Além disso, a recuperação de ativos europeus, a necessidade de hedge contra a depreciação do dólar e a queda de confiança nas instituições financeiras americanas podem impulsionar ainda mais o euro.
Do ponto de vista técnico, o EUR/USD está acima de várias médias móveis, com potencial de rompimento de curto prazo, sendo a resistência importante na região de 1,18, que corresponde ao topo anterior. Em caso de correção, a média móvel de 100 dias em torno de 1,165 oferecerá suporte.
Dilema do iene: “Aumento moderado de juros” não impede a depreciação
O Banco do Japão aumentou os juros em 25 pontos-base conforme o esperado, mas as declarações dovish do governador Ueda causaram decepção no mercado. Ainda mais preocupante, o novo gabinete aprovou um pacote de estímulo fiscal de 18,3 trilhões de ienes, que neutraliza o efeito de aperto monetário do aumento de juros, levando o USD/JPY a subir 1,28% na semana, aproximando-se do nível de 158.
As expectativas do mercado para as próximas políticas do BOJ são pessimistas; o Sumitomo Mitsui Bank estima que o próximo aumento de juros só ocorrerá em outubro de 2026, prevendo que o iene continuará depreciando até 162 no curto prazo. No entanto, o JPMorgan alerta que, se o iene depreciar além de 160, isso acionará condições para intervenção do governo japonês, aumentando significativamente a probabilidade de medidas de intervenção para estabilizar o mercado.
Por outro lado, Nomura mantém uma postura otimista, acreditando que, com o Fed cortando juros, o dólar tenderá a enfraquecer a longo prazo, e o iene não continuará depreciando de forma unilateral, prevendo que a taxa de câmbio no primeiro trimestre de 2026 atingirá 155.
No aspecto técnico, o USD/JPY rompeu a média móvel de 21 dias, com o MACD indicando sinal de compra. Se romper a resistência de 158, o espaço para alta se abrirá; caso contrário, com resistência abaixo de 158, o suporte fica próximo de 154.
Panorama global das taxas de câmbio: euro yuan move-se contra a tendência
Vale destacar que, apesar do leve aumento do índice do dólar, a taxa de câmbio euro/yuan apresenta um movimento distinto, refletindo a relativa estabilidade dos fundamentos econômicos da Europa e da China. Diferentemente do dilema de depreciação unilateral do iene, a trajetória do euro/yuan é mais influenciada pela coordenação de políticas e pelas expectativas de crescimento dessas duas grandes economias.
Destaques da semana
Os dados do PIB do terceiro trimestre dos EUA e a situação geopolítica serão o foco desta semana. Um PIB superior às expectativas impulsionará o dólar e pressionará o EUR/USD; ao contrário, será favorável ao euro. No Japão, as declarações de Ueda e sinais de intervenção verbal das autoridades também serão cruciais, pois qualquer postura hawkish ou aumento na intervenção poderá pressionar o USD/JPY para baixo.
A diferenciação nas políticas dos bancos centrais globais já é uma realidade, e os investidores devem acompanhar de perto cada dado econômico e declaração de política para aproveitar as oportunidades neste mercado cambial em constante mudança.