A incerteza geopolítica tornou-se a preocupação principal para investidores de alto património. De acordo com a mais recente pesquisa de uma grande firma de investimento institucional, 84% das family offices citam tensões geopolíticas como o seu principal fator de decisão, marcando uma mudança significativa em relação aos anos anteriores. Esta preocupação crescente levou o sentimento a tornar-se negativo pela primeira vez desde o início do acompanhamento em 2020, com três quintos das family offices a expressar cautela sobre as perspetivas económicas globais.
A Ascensão da Diversificação: Uma Necessidade Defensiva
Em resposta às crescentes incertezas, as family offices estão a priorizar a resiliência estrutural dos seus portfólios. Mais de dois terços (68%) estão a aumentar ativamente as suas estratégias de diversificação, enquanto quase metade (47%) está a expandir a exposição a múltiplas fontes de retorno—including alternativas ilíquidas, ações internacionais, alternativas líquidas e posições em dinheiro. A mensagem é clara: os investidores institucionais estão a construir posições defensivas em vez de perseguir o crescimento.
Esta mudança alterou fundamentalmente os padrões de alocação de ativos. Os investimentos alternativos representam agora 42% dos portfólios das family offices, em comparação com 39% há poucos anos. A subida constante reforça o reconhecimento estratégico de que as combinações tradicionais de ações e obrigações já não oferecem proteção adequada em mercados fragmentados.
Crédito Privado e Infraestruturas: Os Novos Pilares
Dentro do espaço de ativos alternativos, duas categorias estão a captar atenção desproporcional: crédito privado e infraestruturas. Quase um terço das family offices pretende aumentar as alocações em crédito privado nos próximos 12-24 meses, tornando-se na classe de ativos alternativa de maior crescimento. As infraestruturas seguem de perto, com 30% dos inquiridos a planear uma maior exposição.
A atratividade é simples. Os ativos de infraestruturas proporcionam fluxos de caixa estáveis enquanto funcionam como diversificadores eficazes de portfólio—qualidades essenciais durante períodos voláteis. Três quartos das family offices entrevistadas manifestaram confiança nas perspetivas de longo prazo das infraestruturas. Dentro deste espaço, estratégias oportunistas (54%) e de valor acrescentado (51%) são particularmente preferidas, impulsionadas pelo potencial de retorno mais elevado e pela flexibilidade operacional.
Quanto às preferências de estratégia de crédito privado, os inquiridos favorecem esmagadoramente abordagens de situações especiais e empréstimos diretos. Segundo observadores do mercado, a procura sustentada por estes ativos reflete tanto o prémio de iliquidez disponível como as oportunidades de retorno diferenciadas que oferecem no ambiente atual—um ponto destacado por líderes de investimento que salientam que o acesso a fluxos de negócios de qualidade e estratégias comprovadas continuam a ser vantagens competitivas críticas, à medida que estas estratégias outrora de nicho se tornam componentes essenciais do portefólio.
A Lacuna de Especialização: Porque as Parcerias Externas São Importantes
Apesar da sua sofisticação, as family offices reconhecem cada vez mais as lacunas nas suas capacidades internas. Mais de metade identificou gaps em reporting (57%), sourcing de negócios (63%), e análise de mercados privados (75%). Este reconhecimento está a impulsionar a expansão de parcerias.
Cerca de um quarto das family offices já implementou ou está a considerar a contratação de chief investment officers externalizados (OCIOs), procurando conselheiros externos que combinem expertise em investimento com plataformas tecnológicas avançadas. A tendência reflete uma aceitação pragmática: gerir portfólios complexos de múltiplas estratégias nos mercados públicos e privados requer infraestruturas e talentos especializados que são difíceis de desenvolver internamente.
Adoção de Tecnologia Atrasada Apesar do Interesse
Uma contradição interessante surgiu em torno da inteligência artificial. Uma maioria significativa de family offices indicou disposição para usar IA em várias funções—desde avaliação de risco até modelação de fluxo de caixa. No entanto, a implementação real permanece limitada. Atualmente, as family offices têm muito mais probabilidade de investir em empresas focadas em IA (45%) ou em oportunidades de fundos posicionados para beneficiar do crescimento da IA (51%) do que de implementar IA internamente para melhorar os seus processos de investimento (33%).
Desafios na infraestrutura técnica e barreiras organizacionais explicam o atraso na adoção, apesar do claro interesse estratégico em aproveitar o potencial da tecnologia.
Metodologia da Pesquisa
A análise baseia-se numa iniciativa de investigação abrangente conduzida entre março e maio de 2025. Os investigadores entrevistaram 175 family offices singulares, que gerem coletivamente mais de $320 bilhões em ativos, através de questionários estruturados e entrevistas aprofundadas com responsáveis de investimento e decisores em mercados globais.
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Family Offices Mudam para Modo Defensivo: Por que os Ativos Alternativos Agora Dominam a Estratégia de Carteira
A incerteza geopolítica tornou-se a preocupação principal para investidores de alto património. De acordo com a mais recente pesquisa de uma grande firma de investimento institucional, 84% das family offices citam tensões geopolíticas como o seu principal fator de decisão, marcando uma mudança significativa em relação aos anos anteriores. Esta preocupação crescente levou o sentimento a tornar-se negativo pela primeira vez desde o início do acompanhamento em 2020, com três quintos das family offices a expressar cautela sobre as perspetivas económicas globais.
A Ascensão da Diversificação: Uma Necessidade Defensiva
Em resposta às crescentes incertezas, as family offices estão a priorizar a resiliência estrutural dos seus portfólios. Mais de dois terços (68%) estão a aumentar ativamente as suas estratégias de diversificação, enquanto quase metade (47%) está a expandir a exposição a múltiplas fontes de retorno—including alternativas ilíquidas, ações internacionais, alternativas líquidas e posições em dinheiro. A mensagem é clara: os investidores institucionais estão a construir posições defensivas em vez de perseguir o crescimento.
Esta mudança alterou fundamentalmente os padrões de alocação de ativos. Os investimentos alternativos representam agora 42% dos portfólios das family offices, em comparação com 39% há poucos anos. A subida constante reforça o reconhecimento estratégico de que as combinações tradicionais de ações e obrigações já não oferecem proteção adequada em mercados fragmentados.
Crédito Privado e Infraestruturas: Os Novos Pilares
Dentro do espaço de ativos alternativos, duas categorias estão a captar atenção desproporcional: crédito privado e infraestruturas. Quase um terço das family offices pretende aumentar as alocações em crédito privado nos próximos 12-24 meses, tornando-se na classe de ativos alternativa de maior crescimento. As infraestruturas seguem de perto, com 30% dos inquiridos a planear uma maior exposição.
A atratividade é simples. Os ativos de infraestruturas proporcionam fluxos de caixa estáveis enquanto funcionam como diversificadores eficazes de portfólio—qualidades essenciais durante períodos voláteis. Três quartos das family offices entrevistadas manifestaram confiança nas perspetivas de longo prazo das infraestruturas. Dentro deste espaço, estratégias oportunistas (54%) e de valor acrescentado (51%) são particularmente preferidas, impulsionadas pelo potencial de retorno mais elevado e pela flexibilidade operacional.
Quanto às preferências de estratégia de crédito privado, os inquiridos favorecem esmagadoramente abordagens de situações especiais e empréstimos diretos. Segundo observadores do mercado, a procura sustentada por estes ativos reflete tanto o prémio de iliquidez disponível como as oportunidades de retorno diferenciadas que oferecem no ambiente atual—um ponto destacado por líderes de investimento que salientam que o acesso a fluxos de negócios de qualidade e estratégias comprovadas continuam a ser vantagens competitivas críticas, à medida que estas estratégias outrora de nicho se tornam componentes essenciais do portefólio.
A Lacuna de Especialização: Porque as Parcerias Externas São Importantes
Apesar da sua sofisticação, as family offices reconhecem cada vez mais as lacunas nas suas capacidades internas. Mais de metade identificou gaps em reporting (57%), sourcing de negócios (63%), e análise de mercados privados (75%). Este reconhecimento está a impulsionar a expansão de parcerias.
Cerca de um quarto das family offices já implementou ou está a considerar a contratação de chief investment officers externalizados (OCIOs), procurando conselheiros externos que combinem expertise em investimento com plataformas tecnológicas avançadas. A tendência reflete uma aceitação pragmática: gerir portfólios complexos de múltiplas estratégias nos mercados públicos e privados requer infraestruturas e talentos especializados que são difíceis de desenvolver internamente.
Adoção de Tecnologia Atrasada Apesar do Interesse
Uma contradição interessante surgiu em torno da inteligência artificial. Uma maioria significativa de family offices indicou disposição para usar IA em várias funções—desde avaliação de risco até modelação de fluxo de caixa. No entanto, a implementação real permanece limitada. Atualmente, as family offices têm muito mais probabilidade de investir em empresas focadas em IA (45%) ou em oportunidades de fundos posicionados para beneficiar do crescimento da IA (51%) do que de implementar IA internamente para melhorar os seus processos de investimento (33%).
Desafios na infraestrutura técnica e barreiras organizacionais explicam o atraso na adoção, apesar do claro interesse estratégico em aproveitar o potencial da tecnologia.
Metodologia da Pesquisa
A análise baseia-se numa iniciativa de investigação abrangente conduzida entre março e maio de 2025. Os investigadores entrevistaram 175 family offices singulares, que gerem coletivamente mais de $320 bilhões em ativos, através de questionários estruturados e entrevistas aprofundadas com responsáveis de investimento e decisores em mercados globais.