Desde que o presidente Trump regressou à Casa Branca, a atuação da Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos no setor de criptomoedas sofreu uma mudança dramática. Segundo o The New York Times, a SEC rejeitou ou suspendeu quase 60% dos casos relacionados com criptomoedas, enquanto as ações de fiscalização no mercado tradicional continuam a avançar. Ainda mais controverso é o fato de que a autoridade reguladora “não estar mais a perseguir ativamente qualquer caso envolvendo empresas com ligações conhecidas ao Trump”.
Ripple e Binance: casos importantes de repente cancelados
A evidência mais clara do enfraquecimento da atuação da SEC sob Trump é o grande recuo nos processos de longa data contra Ripple Labs e Binance. Estes dois casos eram marcos das ações de fiscalização durante a era do ex-presidente da SEC, Gary Gensler, envolvendo valores elevados e questões legais complexas. O caso Ripple, iniciado em dezembro de 2020, acusava a XRP de ser um valor mobiliário não registrado, tendo durado vários anos. O caso Binance envolvia operações de uma exchange não registrada e questões de gestão de fundos de clientes.
No entanto, após a nomeação de Paul Atkins, defensor das criptomoedas, para substituir Gensler, a intensidade da atuação nesses casos caiu drasticamente. Embora a SEC alegue que isso se deve a ajustes legais e de políticas, a coincidência no timing levanta suspeitas. Relatórios indicam que não há provas de que o presidente Trump tenha pressionado diretamente a SEC a abandonar investigações específicas, mas o padrão de comportamento da agência já demonstra uma mudança favorável ao setor de criptomoedas.
Alex Thorn, diretor de pesquisa da Galaxy Digital, acredita que classificar essa mudança como motivada por razões políticas ignora “os ataques diretos de verdadeiros partidários ao longo de quatro anos”. Ele afirma que a redução na intensidade da fiscalização reflete uma reavaliação mais ampla da postura da SEC em relação às criptomoedas. Contudo, essa justificativa não explica por que todas as empresas relacionadas a Trump escaparam de investigações.
O império de criptomoedas de Trump e o timing de relaxamento da SEC
O contexto do enfraquecimento da fiscalização é marcado pelo aprofundamento das ligações entre entidades e ativos digitais relacionados a Trump. Em 2025, projetos ligados ao presidente ou à sua família expandiram-se significativamente, crescendo rapidamente sob a proteção de uma fiscalização mais branda da SEC.
O império de criptomoedas da família Trump
World Liberty Financial: plataforma DeFi fundada pelo filho de Trump, que já lucrou 550 milhões de dólares com a venda de tokens de governança WLFI, e com vendas de stablecoin USD1 que atingiram 2,71 bilhões de dólares.
Moeda meme oficial de Trump: tokens TRUMP e MELANIA geraram aproximadamente 427 milhões de dólares em receitas de vendas e taxas de transação.
American Bitcoin: negócio de mineração apoiado pelos filhos do presidente, beneficiando-se de um ambiente regulatório mais relaxado.
Grupo de Mídia e Tecnologia Trump (TMTG): empresa-mãe do Truth Social, que transformou-se em uma operação de criptomoedas, arrecadando bilhões de dólares na compra de tokens.
Estes projetos expandiram-se rapidamente após a volta de Trump à Casa Branca, enquanto a SEC reduzia drasticamente suas ações no setor de criptomoedas. Essa sobreposição temporal é difícil de explicar como mero acaso. O The New York Times destaca claramente que todas as empresas com ligações conhecidas a Trump escaparam de investigação, gerando uma controvérsia sem precedentes sobre conflito de interesses na fiscalização.
Trump não foi um defensor inicial de criptomoedas, chegando a chamar o Bitcoin de “esquema” antes das eleições de 2024. Contudo, durante a campanha, sua postura mudou abruptamente, prometendo ser o “primeiro presidente a apoiar criptomoedas” e demitindo Gensler. Essa mudança de 180 graus coincide exatamente com o início dos negócios de criptomoedas de sua família, reforçando as dúvidas de que a política regulatória serve aos interesses comerciais.
Divisões internas na SEC e o colapso da última linha de defesa do Partido Democrata
A mudança de direção da SEC sob Trump não foi uma decisão unânime, mas uma alteração unilateral sob o controle do Partido Republicano. Com a saída iminente do último membro democrata, essa postura mais unilateral se tornará ainda mais evidente. Caroline Crenshaw, cujo mandato terminaria em 2024, deve deixar o cargo após 18 meses adicionais. Trump ainda não anunciou quem irá preencher sua vaga ou outros cargos democratas na comissão.
Crenshaw tem sido uma das críticas mais severas à postura mais permissiva da SEC durante o governo Trump. Em sua última aparição pública na semana passada, ela alertou que a flexibilização regulatória pode aumentar o risco de contágio mais amplo no mercado, e advertiu que a redução na fiscalização pode prejudicar a proteção dos investidores. Essas advertências não são infundadas; várias bolhas de criptomoedas já estouraram historicamente devido à ausência de regulamentação adequada.
A nomeação de Paul Atkins, mais inclinado a uma regulação orientada pelo mercado, é vista como uma tendência de continuidade, com previsão de que ele continuará como presidente por algum tempo. Atkins defende a autorregulação e a redução da intervenção governamental, ideias que, embora razoáveis na teoria, podem criar lacunas na proteção dos investidores em um setor repleto de fraudes e manipulações.
A saída completa do membro democrata significa que a SEC perderá seu mecanismo de freios e contrapesos internos, com todas as decisões importantes passando a ser lideradas por membros republicanos. Essa concentração de poder bipartidária é extremamente rara na história das agências reguladoras americanas e é vista como uma erosão do princípio de independência regulatória.
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Trump no poder, SEC faz grande mudança! 60% dos casos de Criptomoeda são arquivados, Ripple consegue escapar com sucesso
Desde que o presidente Trump regressou à Casa Branca, a atuação da Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos no setor de criptomoedas sofreu uma mudança dramática. Segundo o The New York Times, a SEC rejeitou ou suspendeu quase 60% dos casos relacionados com criptomoedas, enquanto as ações de fiscalização no mercado tradicional continuam a avançar. Ainda mais controverso é o fato de que a autoridade reguladora “não estar mais a perseguir ativamente qualquer caso envolvendo empresas com ligações conhecidas ao Trump”.
Ripple e Binance: casos importantes de repente cancelados
A evidência mais clara do enfraquecimento da atuação da SEC sob Trump é o grande recuo nos processos de longa data contra Ripple Labs e Binance. Estes dois casos eram marcos das ações de fiscalização durante a era do ex-presidente da SEC, Gary Gensler, envolvendo valores elevados e questões legais complexas. O caso Ripple, iniciado em dezembro de 2020, acusava a XRP de ser um valor mobiliário não registrado, tendo durado vários anos. O caso Binance envolvia operações de uma exchange não registrada e questões de gestão de fundos de clientes.
No entanto, após a nomeação de Paul Atkins, defensor das criptomoedas, para substituir Gensler, a intensidade da atuação nesses casos caiu drasticamente. Embora a SEC alegue que isso se deve a ajustes legais e de políticas, a coincidência no timing levanta suspeitas. Relatórios indicam que não há provas de que o presidente Trump tenha pressionado diretamente a SEC a abandonar investigações específicas, mas o padrão de comportamento da agência já demonstra uma mudança favorável ao setor de criptomoedas.
Alex Thorn, diretor de pesquisa da Galaxy Digital, acredita que classificar essa mudança como motivada por razões políticas ignora “os ataques diretos de verdadeiros partidários ao longo de quatro anos”. Ele afirma que a redução na intensidade da fiscalização reflete uma reavaliação mais ampla da postura da SEC em relação às criptomoedas. Contudo, essa justificativa não explica por que todas as empresas relacionadas a Trump escaparam de investigações.
O império de criptomoedas de Trump e o timing de relaxamento da SEC
O contexto do enfraquecimento da fiscalização é marcado pelo aprofundamento das ligações entre entidades e ativos digitais relacionados a Trump. Em 2025, projetos ligados ao presidente ou à sua família expandiram-se significativamente, crescendo rapidamente sob a proteção de uma fiscalização mais branda da SEC.
O império de criptomoedas da família Trump
World Liberty Financial: plataforma DeFi fundada pelo filho de Trump, que já lucrou 550 milhões de dólares com a venda de tokens de governança WLFI, e com vendas de stablecoin USD1 que atingiram 2,71 bilhões de dólares.
Moeda meme oficial de Trump: tokens TRUMP e MELANIA geraram aproximadamente 427 milhões de dólares em receitas de vendas e taxas de transação.
American Bitcoin: negócio de mineração apoiado pelos filhos do presidente, beneficiando-se de um ambiente regulatório mais relaxado.
Grupo de Mídia e Tecnologia Trump (TMTG): empresa-mãe do Truth Social, que transformou-se em uma operação de criptomoedas, arrecadando bilhões de dólares na compra de tokens.
Estes projetos expandiram-se rapidamente após a volta de Trump à Casa Branca, enquanto a SEC reduzia drasticamente suas ações no setor de criptomoedas. Essa sobreposição temporal é difícil de explicar como mero acaso. O The New York Times destaca claramente que todas as empresas com ligações conhecidas a Trump escaparam de investigação, gerando uma controvérsia sem precedentes sobre conflito de interesses na fiscalização.
Trump não foi um defensor inicial de criptomoedas, chegando a chamar o Bitcoin de “esquema” antes das eleições de 2024. Contudo, durante a campanha, sua postura mudou abruptamente, prometendo ser o “primeiro presidente a apoiar criptomoedas” e demitindo Gensler. Essa mudança de 180 graus coincide exatamente com o início dos negócios de criptomoedas de sua família, reforçando as dúvidas de que a política regulatória serve aos interesses comerciais.
Divisões internas na SEC e o colapso da última linha de defesa do Partido Democrata
A mudança de direção da SEC sob Trump não foi uma decisão unânime, mas uma alteração unilateral sob o controle do Partido Republicano. Com a saída iminente do último membro democrata, essa postura mais unilateral se tornará ainda mais evidente. Caroline Crenshaw, cujo mandato terminaria em 2024, deve deixar o cargo após 18 meses adicionais. Trump ainda não anunciou quem irá preencher sua vaga ou outros cargos democratas na comissão.
Crenshaw tem sido uma das críticas mais severas à postura mais permissiva da SEC durante o governo Trump. Em sua última aparição pública na semana passada, ela alertou que a flexibilização regulatória pode aumentar o risco de contágio mais amplo no mercado, e advertiu que a redução na fiscalização pode prejudicar a proteção dos investidores. Essas advertências não são infundadas; várias bolhas de criptomoedas já estouraram historicamente devido à ausência de regulamentação adequada.
A nomeação de Paul Atkins, mais inclinado a uma regulação orientada pelo mercado, é vista como uma tendência de continuidade, com previsão de que ele continuará como presidente por algum tempo. Atkins defende a autorregulação e a redução da intervenção governamental, ideias que, embora razoáveis na teoria, podem criar lacunas na proteção dos investidores em um setor repleto de fraudes e manipulações.
A saída completa do membro democrata significa que a SEC perderá seu mecanismo de freios e contrapesos internos, com todas as decisões importantes passando a ser lideradas por membros republicanos. Essa concentração de poder bipartidária é extremamente rara na história das agências reguladoras americanas e é vista como uma erosão do princípio de independência regulatória.